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Politics & Government

Presidenta Dilma Muda a Rotina de Massachusetts Por um Dia

Ontem ela visitou o palácio do governo em Boston e foi recebida pelo governador Deval Patrick, por dezenas de imigrantes que vestiam a camisa verde-e-amarela, e também ouviu hino do Brasil cantado por estudantes de Somerville.

Ontem ela visitou o palácio do governo em Boston e foi recebida pelo governador Deval Patrick, por dezenas de imigrantes que vestiam a camisa verde-e-amarela, e também ouviu hino do Brasil cantado por estudantes de Somerville.

Dilma, que chegou ao poder depois de ser ministra da Casa Civil no governo Lula, relembrou a tradição progressivista de Massachusetts, cuja constituição de 1780 foi a primeira dos EUA a reconhecer o direito universal do ser humano.

“Eu saúdo os acordos de cooperação assinados entre o Capes e pelo CNPq com a Universidade Harvard. Vislumbro desde já novos projetos, por exemplo, entre o Instituto Tecnológico de Aeronáutica e o MIT.” Disse Dilma.

Um pouco alheia aos acordos globais, Marisa Racini, mãe de uma adolescente em Marlborough, trouxe uma carta em que descreve a situação da filha, que não vai ter como cursar uma faculdade por não ter os seus documentos imigratórios em dia.

“A presidente é a minha última esperança de que alguém vai colocar pressão no governo (americano) para que a minha filha tenha um futuro melhor,” disse Marisa. Mais tarde ela revelou que não conseguiu entregar a carta para a presidente Dilma.

Durante um encontro com o presidente Obama na segunda-feira, Dilma reiterou que há uma vasta agenda de cooperação bilateral entre Brasil e EUA. Mas, em Wasington, a presidenta também criticou a política de desvalorização artificial das moedas dos países ricos, numa manobra que ela chamou de “tsunami monetário,” feita para aumentar as exportações.

O governador Patrick ressaltou que o Brasil é um importante parceiro comercial para hoje e o futuro. A educação é uma das diversas areas de parceria entre Brasil e Massachusetts. E o ministro da Educação, Aloisio Mercadante, confirmou que muitas das 100 mil bolsas escolares a serem distribuídas para estudantes universitários do Brasil podem fazê-los vir estudar em universidades de Massachusetts.

À noite, Dilma fez um concorrido discurso para os alunos e professores da Escola de Governo JFK, na Universidade Harvard. Em 50 minutos de discurso, a presidenta cobriu várias áreas, mas focou especificamente no sucesso brasileiro em levantar 40 milhões de brasileiros da pobreza para a classe média na última década.

Ela afirmou que “o Brasil precisa de Harvard”. Mas também disse disse que “sendo a sexta maior economia do mundo, a Harvard deve achar que também precisa do Brasil.”

Quando a organização da universidade abriu para as perguntas da platéia, uma universitária que se identificou como Glória perguntou “como líder mundial, qual é o conselhor que a senhora dá para as mulheres do mundo.”

A presidenta brasileira respondeu dizendo que quando ela era uma criança não sonhava em chegar à presidência. O que ela queria ser, disse Dilma, era balarina ou trabalhar nos Bombeiros, “apagar incêndio,” acrescentou para ouvir a risada da platéia.

“Durante a minha campanha, uma garota me perguntou se pode – eu quis saber ‘pode o quê” – pode ser presidente. Sim, eu disse a ela, você pode ser presidente.”

Dilma também evitou responder diretamente duas perguntas sobre Hugo Chavez, feitas por estudantes da Harvard que são venezuelanos. Ela se limitou a dizer que não comenta os problemas de outros líderes, assim como não gostaria que eles comentassem os dela.

Para a comunidade brasileira de Massachusetts, a pergunta mais improtante da noite veio de Dario Galvão, um brasileiro dono de uma lavanderia em Sherborn. Galvão quis saber se Dilma poderia ajudar os estudantes indocumentados a cursarem uma faculdade nos EUA.

“Eu tenho 190 milhões de pessoas no Brasil que eu tenho que dar conta,” disse Dilma. “Durante o meu governo não sei se vou poder ajudar os emigrantes. Eu posso protégé-los, mas a minha prioridade são os brasileiros lá do Brasil,” disse ala.

Depois, Galvão revelou que teve a chance de cumprimentar Dilma após o dicurso, e que ela teria dito a ele lhe fez uma “pergunta muito difícil.”

A resposta da presidenta levantou um acalorado debate entre os membros da Comunidade brasileira. De um lado estão aqueles que acham que Dilma está certa, porque ela não pode interceder na política interna dos EUA, e de outro estão outros que dizem que era virou as costas para brasileiros que votaram nela.

“Eu discordo da presidenta Dilma,” disse Fausto da Rocha, líder comunitário eleito pelo Conselho de Representantes criado pelo Itamaraty. “Não é porque estamos no exterior que deixamos de ser brasileiros.”

No entanto, Rocha gostou da postura de Dilma, e sobre a sua ênfase na educação.

“Gostei da maneira segura como ela respondia. E sobre educação, quando você atinge um bom nível, você começa a reivindicar mais.”

Para Sidney Pires, que já foi líder comunitário em Framingham, “se a presidenta queria dizer que só ajuda os brasileiros que estão lá no Brasil, ela poderia pelo menos oferecer condições para que os imigrantes pudessem retornar mais dignamente.”

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